Aproximadamente
130 pessoas de diversas instituições da sociedade civil e faixas etárias - de
adolescentes a aposentados - participaram do Ato Público Reaja Piracicaba, na
quinta-feira (5/07), a sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). A tônica do
encontro foi a insatisfação diante de questões como o aumento salarial de 66%
aprovado pelo Legislativo Municipal para o próximo mandato. Do atual quadro de
vereadores quase a totalidade concorre à reeleição este ano.
O
grupo eclético discutiu ações de mobilização e cobrança do Legislativo, além
defender mais transparência na administração pública municipal. O atraso na
adoção das propostas aprovadas na Consocial 2011 (1ª Conferência Municipal
Sobre Transparência e Controle Social) foi outro tema debatido na noite.
O
vice-presidente da OAB, Max Fernando Pavanello, disse que o grande mérito do
ato foi mobilizar a sociedade piracicabana, que não fez nenhum movimento há um
ano, quando a lei que permite o aumento dos vereadores foi aprovada.
“Piracicaba precisa aprender a reagir no momento oportuno. Temos, agora, que
cobrar 80% mais dos vereadores eleitos”, disse Pavanello.
Tadeu
Jesus de Camargo, também advogado e membro da OAB, lembrou que a Ordem iniciou
o trabalho da 1ª Consocial, na qual foram definidas ações para garantir
transparência à administração pública, que não foram adotadas até o momento.
“Nós vamos encaminhar todas as propostas da Consocial para os partidos que vão concorrer à eleição
deste ano, para que coloquem em
seus Planos de Governo”, disse Camargo.
A
Consocial definiu entre outras coisas: aprovação do Projeto de Lei Ficha Limpa,
reformulação do Portal da Transparência da Prefeitura de Piracicaba, aprovação
da Proposta de Emenda à Lei Orgânica do Município que estabelece o Plano de
Metas, Criação do Conselho Municipal de Transparência e Controle Social e
regulamentação das Audiências e Consultas Públicas.
Sangue novo
A
presença de adolescentes e jovens chamou a atenção no ato, que ainda reuniu um grupo
de aposentados interessados em participar da política municipal, como Hélio
Rocha. Ele disse que ficou sabendo do evento pela imprensa e resolver
participar. “Eu vim como cidadão e não concordo com a forma como a política
local vem sendo feita. O problema é que o povo não cobra nada. A população
precisa aprender a cobrar seus representantes”, declarou o aposentado.
O
professor Alex Peguinelli da instituição Vida (Veículo de Intervenção pelo
Direito dos Animais), que nasceu na cidade de Assis para defender o direito dos
animais nas festas de peão, participou do ato para ficar a par das questões
locais. “Eu acho que a principal arma é o constrangimento para que o vereador
saiba que a população sabe o que ele fez”, disse.
Os
estudantes Nathália Guereschi e Leonardo Peixe, ambos de 16 anos, queriam
principalmente participar da discussão contra o aumento dos vereadores,
situação que definem como “injustiça diante de outros profissionais, como os
professores”.
O
aposentado Arialdo Pacello, que também participou do ato, disse que há um ano
vem conversando com seus amigos sobre a necessidade de um movimento, como
ocorreu em outras cidades, onde o aumento do número de vereadores e de seus
salários foram barrados pela vontade popular. “Eu acho que Piracicaba ficou sem
ação coordenada para se mobilizar. Na minha época, o vereador era um voluntário
que queria servir, se doar e ajudar o município. O Brasil é o único país que
paga salário para todos os vereadores, virou profissão”, disse Pacello.
Informação
e formação
A
Rede Piracicaba Transparente e Participativa pretende fornecer informações para
a população e, assim, garantir maior inserção da comunidade nas discussões e
decisões locais. A estudante Claudia Caliari, 26, uma das idealizadoras da
proposta, disse que a Rede está aberta para quem quiser participar e ajudar a
divulgar informação de qualidade para a população. “Estamos aqui para agregar e
ajudar a quem não tem acesso à informação”, disse. Ela também apresentou a
evolução salarial dos vereadores e o impacto dela, com o aumento do número de
cadeiras, nos gastos da Câmara – de R$ 1,26 mi em 2012 para R$ 3 mi em 2013, com 23
parlamentares.
Para
a cicloativista Mirian Rother, é preciso investir na formação de cidadãos que
exerçam atividades políticas (não partidária), ou seja, que tenham condições de
participar da discussão das políticas públicas.
Instituições
A
mobilização é promovida pelas seguintes instituições: Rede Piracicaba
Transparente e Participativa, Imaflora, Florespi, OAB-Piracicaba, Pasca,
Amapira, Sindicato dos Bancários, Pira 21, Ponto de Cultura Garapa, Fórum
Municipal dos Direitos Humanos de Piracicaba, Pira em Transição, Fórum da
Criança e do Adolescente de Piracicaba, Casvi, U-topos e Associação dos
Moradores do Parque 1º de Maio.
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