segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Ato Reaja Piracicaba diz ‘não’ ao aumento do Legislativo e cobra implementação das propostas da Consocial


Em dia de festa de aniversário, Piracicaba fez 245 anos na quarta-feira, 1º de agosto, um grupo de aproximadamente 200 manifestantes do Movimento Reaja Piracicaba tomou o Centro da cidade para protestar contra o aumento salarial dos vereadores e cobrar transparência da administração pública. Eram estudantes secundaristas, universitários, profissionais liberais, aposentados, trabalhadores e membros de movimentos sociais batendo em latas, com cartazes e um carro de som que foi até a frente da Câmara de Vereadores.

O projeto que aumento os subsídios (nome dado ao salário parlamentar) dos vereadores para o próximo mandato (2013-2016) foi aprovado em julho de 2011 e fixou o valor em R$ 10,9 mil. Atualmente, o valor é de R$ 6,5 mil e o aumento foi de 69%, bem acima de qualquer categoria trabalhista.

A insatisfação foi a tônica dos manifestantes, que não tiveram autorização para entrar na Câmara de Vereadores, onde seria realizada uma cerimônia de entrega de Título de Cidadão Piracicabano. O grupo terminou o protesto pacificamente e prometeu voltar na semana que vem para encher o Plenário da Câmara durante a reunião ordinária da quinta-feira, 9 de agosto.

Para quem acompanhou a manifestação, como o bacharel em administração Dirceu de Barros Silveira, a mobilização mostra que a cidade não está insensível ao que passa nas esferas de comando. “Como pode com um salário mínimo de R$ 620, um vereador ganhar 20 vezes mais?”, disse Silveira.

Estudantes secundaristas e universitários engrossavam a marcha levando faixas e cartazes. Muitos ficaram sabendo do ato pelo FaceBook e juntaram amigos para participar, como Amanda Crispim, 17, estudante da ETEC, que estava acompanhada por vários colegas da escola. “Acho importante a gente mostrar que é contra esse aumento e outras coisas também. A maioria dos trabalhadores ganha muito menos que isso”, declarou a estudante.

A auxiliar de cozinha Edvânia Ferreira de Araújo, 38, que trabalha num estabelecimento na esquina da Câmara, ficou sabendo o protesto à tarde e veio participar. Ela disse que trabalha das 7h às 16h para ganhar pouco mais de um salário mínimo, enquanto os vereadores resolvem seu próprio aumento.

O ambientalista Rafael Jó Girão declarou que “os vereadores dizem que não falamos nada sobre o assunto antes da votação, mas eles têm o dever de consultar a população, os eleitores para saberem o que pensamos. Eles também têm que vir até nós. Um ato desses é o mínimo que temos que fazer”, disse ele.

CONSOCIAL
A síntese do movimento vai além do contracheque dos vereadores e cobra também a implantação das propostas aprovadas na Consocial 2011 (1ª Conferência Municipal Sobre Transparência Pública), como a aprovação do Projeto de Lei Ficha Limpa, reformulação do Portal da Transparência da Prefeitura de Piracicaba, aprovação da Proposta de Emenda à Lei Orgânica do Município que estabelece o Plano de Metas, Criação do Conselho Municipal de Transparência e Controle Social e regulamentação das Audiências e Consultas Públicas.

A interlocutora do protesto, Claudia Caliari, 26, disse que a mobilização superou a expectativa, sendo o primeiro passo para engrossar o movimento e conscientizar a população. “Durante a panfletagem 100% das pessoas se disseram contra esse aumento, que é abusivo, e pela implementação das propostas da Consocial.”, disse Claudia. Para a ativista, as questões de transparência do Legislativo e Executivo devem mobilizar a sociedade, que ainda está aprendendo a lidar com o assunto. 

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