Melhoria da qualidade da água do Piracicaba, resíduos
sólidos, arborização urbana, animais e mobilidade são questões prioritárias
para sociedade civil organizada
Ter as questões de sustentabilidade inseridas nas ações da
municipalidade é o anseio dos representantes de organizações da sociedade civil
de Piracicaba. Independente das siglas que assumam o Legislativo e o Executivo,
a partir de 1º de janeiro de 2013, os representantes de ONGs e instituições,
como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), almejam mais ação e co-participação
nas decisões que visem ao aprimoramento das questões da política ambiental do
município, além de mais destaque para a própria Sedema (Secretaria de Defesa do
Meio Ambiente).
O presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB/SP Piracicaba, Tadeu Jesus de Camargo, que também é membro do Comdema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente), disse que espera que a futura administração de Piracicaba e a sociedade priorizem o setor ambiental e a sustentabilidade em seus vários ângulos. Ele destacou que questões como esgoto, resíduos sólidos e políticas públicas são prioridades para todas as administrações.
“Temos que valorizar a transparência e controle social, por
meio de parceria entre o Poder Público e a sociedade civil. Este é um dos temas
de maior importância não só para o município ou o país, mas para toda a
humanidade”, disse Camargo.
Ele afirma que as discussões feitas no âmbito do Comdema e
as sugestões do colegiado sobre assuntos como a PPP (Parceria-Público-Privada)
do Esgoto e do Lixo não foram aceitas pela administração, além disso, as
propostas da Consocial (Conferência de Transparência e Controle Social),
realizada em 2011, não foram adotadas.
Para o presidente da Florespi (Associação de Recuperação
Ambiental da Bacia do Rio Piracicaba e Região), Ricardo Schmidt, a grande
aspiração da sociedade civil é de que a administração municipal e o Legislativo
tenham um canal de diálogo com os movimentos sociais, inclusive as entidades
ambientalistas. “Já fizemos várias propostas pela Consocial, que não foram nem
discutidas. Queremos ter um retorno das críticas e das sugestões que são
feitas”, disse Schmidt.
Schmidt disse que a pauta ambiental atual em Piracicaba
reúne questões como os resíduos sólidos, arborização urbana e mobilidade.
“Estamos discutindo essas questões e esperamos que o futuro administrador se
empenhe nas mesmas“, disse ele.
Para a presidente da ONG Vira-Lata Vira-Vida, Miriam
Miranda, qualquer gestor que assuma a prefeitura deve refletir sobre a
expressão desenvolvimento sustentável de forma profunda. “As questões
ambientais ainda são tratadas como assuntos menores na gestão pública, por
isso, é necessário ir além de ciclovias, plantio de árvores ou sacolas
plásticas. É preciso mudar a forma de pensar e é o papel do Poder Público criar
uma nova consciência”, disse ela.
A ativista defende a valorização da Sedema (Secretaria de
Defesa do Meio Ambiente) em relação às outras Pastas municipais, além de que a
mesma seja dotada de um corpo técnico preparado e experiente. Ela disse que o
crescimento da cidade não pode prejudicar a qualidade de vida de sua população,
aumentar o custo de vida, a violência e prejudicar o ambiente urbano. “O status
dessa secretaria deve ser elevado dentro da gestão ou estaremos comprometendo a
saúde da população, o bem-estar social e o distanciamento da educação de
questões relevantes.”
Ela afirma que os animais (abandonados, submetidos à
crueldade e a trabalho excessivo) ainda não fazem parte da pauta de
sustentabilidade local. “Quanto mais crescemos mais geramos sofrimento, dor e
crueldade para os animais. Isso é sustentável? Não. Isso é insustentável para
uma sociedade justa. Espero uma gestão que não tenha medo de tratar de todos os
assuntos de uma forma mais humana, baseada em valores e com um diálogo mais
profundo. Precisamos de um estadista inovador com um discurso que
surpreenda”, finaliza ela.
Água boa pra beber
Ver o rio Piracicaba voltar a ter água de Classe 2, ou seja,
com qualidade adequada para consumo humano, dessedentação de animais, irrigação
e esportes aquáticos é o sonho e a prioridade do Pira 21, Oscip (Organização da
Sociedade Civil de Interesse Público) que trabalha para que Piracicaba seja uma
cidade sustentável e melhor para se viver.
O secretário de comunicação do Pira 21, Álvaro França, disse
que faz parte do processo de recuperação do rio Piracicaba, que não é só física
mas também do conceito de qualidade de vida. “A proposta não é só requalificação
de calçadas, mas aproximar as pessoas do rio, que foi a razão de ser da
cidade.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário